sexta-feira, 7 de maio de 2010

O CAFÉ – “dá espírito a quem não tem”

Por Mauro Luiz Senra Fernandes




O café é originário da Abissínia, hoje Etiópia, é a baga do cafeeiro (coffea arabica), planta da família das rubiáceas que os árabes levaram para a Índia e os italianos introduziram na Europa.

Além do gosto peculiar, o café logo se popularizou mundialmente por ser um poderoso excitante. Lorde Bacon o definiu como bebida que “dá espírito a quem não tem”.

O mundo descobriu as delícias do café na primeira metade do século dezenove. Só então o Brasil perceberia o quão doce lhe poderia ser o amargo grão. O centro de irradiação da cultura cafeeira foi a Baixada Fluminense, de onde a lavoura subiu a serra, atingindo as matas do rio Paraíba do Sul.

Foi nessa época que começou a marcha da civilização nas alcantiladas montanhas de São José da Parahyba, no Arraial de Madre de Dios do Rio Angu, Mar de Espanha, Monte Verde e Santo Antônio do Aventureiro, sendo distribuídas Sesmarias a senhores de boa renda vindo da Zona da Mineração com o fim do ouro e, também, das ilhas portuguesas, como Açores e Madeira.

Algumas famílias que povoaram essas terras na época: Souza Breves, Teixeira Leite, Figueiredo Côrtes, Villela de Andrade, Martins Ferreira, Martins do Couto, Teixeira Marinho, Ferreira da Fonseca, Alves Garcia, Cerqueira Leite, Mendes Ferreira, Nogueira da Gama, Monteiro da Gama, Costa Reis, Dutra de Moraes, Monteiro de Barros, Vidal Araújo, Diniz Manso, Monteiro de Castro, Teixeira Côrtes, Monteiro Domingues, Pereira de Jesus, Teixeira de Andrade, Villela Pedras, Villela Reis, Moutinho da Rocha, Ribeiro, Alves Pereira, Pereira de Amorim, Meireles de Rezende, Teixeira de Rezende, Tavares, Teixeira de Aguiar, Furtado de Mendonça, Pereira de Castro, Gonçalves Filgueiras, Rodrigues da Costa, Souza Lima, Fernandes de Souza, Souza Guerra, Oliveira Senra, Moraes Sarmento, Oliveira Morais...

Dizem alguns historiadores que o povo da Zona da Mata de Minas Gerais é um povo melancólico e triste, pois, com o final do ouro na Zona da Mineração, foram obrigados a tornarem-se fazendeiros e, em seus corações, ficou o desejo de que os velhos tempos voltassem.



O povo africano contribuiu muito para a formação da nossa região, pois, através de seu trabalho escravo, construiu fazendas e derrubou as matas para o plantio do café. As florestas foram implacavelmente derrubadas, escravos foram trazidos da África e do Nordeste, grandes capitais foram investidos nesse momento; novas cidades, novas fortunas e novos latifúndios foram criados quase da noite para o dia. Entre 1821 e 1830, o café respondia apenas 18% do total das exportações brasileiras. De 1831 a 1870, passou a ser responsável por 50%. A partir de 1871, o Brasil começou a colher cerca de cinco milhões de sacas por ano.

O café gerou uma nova classe social e, a seguir, política. Fez o país criar ferrovias e aparelhar os portos do Rio de Janeiro e de Santos. Mais tarde, incentivaria a vinda dos imigrantes – trabalhadores assalariados.
Fazenda do Castelo - pertenceu ao Barão de Guararema





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